Hamas comemora trégua e Abbas pede fim do bloqueio a Gaza

Palestinos celebram o acordo de cessar-fogo com Israel na cidade de Gaza. Foto: AFP
Palestinos celebram o acordo de cessar-fogo com Israel na cidade de GazaFoto: AFP
(do Terra) O líder do movimento palestino Hamas, Khaled Meshaal, afirmou nesta quarta-feira que seu grupo conseguiu "todas as exigências" com o acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, além de considerar que Israel "fracassou em todos seus objetivos". Após a trégua entrar em vigor às 21h (hora local, 17h de Brasília), o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) também celebrou a medida, mas pediu o fim do bloqueio israelense para impedir um novo "derramamento de sangue". Em entrevista coletiva no Cairo, Khaled Meshaal defendeu o papel do novo governo islamita no Egito, que atuou como mediador no acordo. "O acordo é uma derrota para Israel, que se dobrou aos requisitos da resistência. Fracassou a conspiração israelense", destacou ele, em discurso ao lado do secretário-geral do movimento palestino Jihad Islâmica, Ahmed Shalah. O líder palestino considerou que a abertura dos cruzamentos fronteiriços de Gaza com Israel, incluído na trégua, é "um grande avanço rumo ao fim do embargo" sobre a Faixa. "É uma conquista não só de Gaza, mas também para os moradores da Cisjordânia e os cidadãos árabes de Israel", afirmou, antes de ressaltar que o grupo político exigiu que o acordo incluísse a cessação dos assassinatos seletivos e os ataques por ar, mar e terra. Além disso, Meshaal agradeceu ao "valente" presidente egípcio, do Partido Liberdade e Justiça - braço político da Irmandade Muçulmana no Egito -, que "desde o primeiro momento se comportou com responsabilidade e retirou o embaixador egípcio de Israel". Por outro lado, reconheceu a ajuda do Irã ao revelar que este país teve um papel nas "armas" utilizadas pelo Hamas e no "financiamento", mas admitiu que sua organização discorda dos persas em relação à guerra civil na Síria. Por fim, ele expressou o "desejo" que os demais países árabes e islâmicos também forneçam armas ao Hamas. "Sangue palestino" O pedido de cessação de hostilidades feito pelo presidente palestino Mahmoud Abbas tem o objetivo de "impedir o derramamento de sangue palestino e o contínuo ataque israelense". Ele também insistiu pela "união nacional entre Cisjordânia e Gaza", denunciando as tentativas de Israel de "isolar" a região dos demais territórios palestinos. O pedido de reforço do cessar-fogo ocorre após oito dias de enfrentamentos nos quais morreram 162 palestinos, sendo que mais da metade eram civis, e cinco israelenses.
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