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Dilma critica austeridade e pede crescimento na Europa
Dilma critica austeridade e pede crescimento na Europa
domingo, novembro 18, 2012
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Dilma discurso na Cúpula Ibero-Americana, em CádizFoto: AFP |
(do Terra) A presidente Dilma Rousseff atacou neste sábado as políticas de austeridade para enfrentar a crise e defendeu a adoção de medidas de estímulo ao crescimento e à inclusão social na 21ª Cúpula Ibero-Americana.
Dilma sustentou enfaticamente que o Brasil "defende que a consolidação fiscal exagerada e simultânea não é a melhor resposta à crise mundial, e que pode até agravá-la, levando a uma maior recessão", e acrescentou que esta visão permitiu ao Brasil superar os efeitos da crise a partir de 2008.
Em um discurso seguido com atenção pelos chefes de Estado e de governo de Espanha e Portugal, países europeus fortemente atingidos pela crise, a presidente da sexta maior economia do mundo afirmou que a austeridade, por enquanto, submeteu suas populações a "enormes sacrifícios".
"Sabemos que os impactos da crise são diferentes entre os países, e que as respostas também têm suas diferenças, e que produzem consequências diferenciadas. O erro é pensar que a consolidação fiscal coletiva, simultânea e acelerada seja benéfica e resulte em uma solução eficaz", disse.
A prioridade da austeridade, acrescentou Dilma, "embora afaste o risco de uma quebra financeira, não afasta a desconfiança dos mercados, e, ainda mais importante, não afasta a desconfiança das populações". Para enfrentar a crescente insatisfação social, acrescentou, é necessária a adoção de uma estratégia que "mostre resultados concretos para as pessoas e apresente um horizonte de esperança, não apenas a perspectiva de mais anos de sofrimento".
Além disso, a austeridade sequer foi capaz de consolidar seu objetivo principal, o equilíbrio fiscal, afirmou. "Em virtude do baixo crescimento e do austero corte de gastos, assistimos agora ao crescimento dos déficits fiscais, e não sua redução, que, por sua vez, conduzem à redução do PIB", afirmou.
O impacto social da crise da dívida europeia se converteu no tema central na Cúpula Ibero-Americana de Cádiz, em um contexto generalizado de questionamento às medidas de austeridade como forma prioritária para a superação da conjuntura.
Desde a criação destes encontros, em Guadalajara (México) em 1991, esta 21ª cúpula é a que apresentou de forma mais evidente o novo cenário mundial, com economias latino-americanas ordenadas, em crescimento sustentado e com forte redução da pobreza, e países europeus paralisados pela crise.
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