Natação brasileira fica sem ouro e com menos finais que em Pequim
(do Terra) Modalidade apontada como uma das possíveis maiores fontes de medalhas para o Brasil nos Jogos Olímpicos, ao lado de esportes como judô e vôlei, a natação deixa Londres com uma participação abaixo das expectativas. Apesar da prata inédita de Thiago Pereira, o País ficou sem nenhum ouro - favoritíssimo nos 50 m livre, Cesar Cielo levou o bronze - e chegou a menos finais que em Pequim 2008. O investimento no esporte aumentou, mas o cenário empolga pouco para o Rio 2016.
Na Olimpíada da China, as duas medalhas brasileiras foram o ouro e o bronze de Cielo nos 50 m e 100 m livre, respectivamente. O nadador, então com 21 anos, era apontado como promessa e saiu de Pequim coberto de glória. Em Londres, a situação foi inversa: já consolidado como astro, o velocista ficou apenas em sexto nos 100 m livre e perdeu o título nos 50 m. O desempenho inesperado de Cielo faz com que o nadador mais bem-sucedido do Brasil em Londres seja Thiago Pereira, que conseguiu sua primeira medalha olímpica com a prata nos 400 m medley.
Além dos pódios de Cielo e Thiago, outro ponto positivo que sai de Londres é o desempenho de Bruno Fratus. Aos 23 anos, em sua primeira Olimpíada, ele mostrou evolução e terminou em quarto na final dos 50 m livre, alimentando esperanças para 2016. Por outro lado, um nome que chegou carregado de expectativas de medalha e decepcionou foi Felipe França, que nem chegou à final dos 100 m peito.
Atletas jovens que prometiam bons desempenhos, como Leonardo de Deus (200 m costas e 200 m borboleta) e Felipe Lima (100 m peito), também ficaram longe de suas finais. Os revezamentos, que nadaram sem Cielo, também falharam nas tentativas de classificação. E Kaio Márcio, finalista dos 200 m borboleta em Pequim, caiu duas vezes nas eliminatórias, fechando uma participação para ser esquecida em Londres.
No feminino, a situação foi ainda pior: se em 2008 Gabriella Silva alcançou a final dos 100 m borboleta, desta vez o máximo foi a semifinal de Joanna Maranhão nos 200 m medley. A atleta pernambucana ainda ficou sem a chance de nadar os 400 m medley depois de passar mal e desmaiar na manhã da eliminatória. Promessa nas provas de velocidade, a jovem Graciele Herrmann nadou mal e também caiu na classificatória dos 50 m livre.
No balanço geral, a sensação é de que o Brasil ainda não tem novos talentos mundiais. Com exceção de Cesar Cielo e Thiago Pereira - que nadaram bem, mas não o suficiente para um ouro - os velhos nomes decepcionaram, como Felipe França e Kaio Márcio. Já as promessas sentiram a pressão e não mostraram seu potencial. Até que cheguem os Jogos do Rio de Janeiro, o trabalho terá que ser redobrado para causar impacto em 2016.
Compare os desempenhos da natação brasileira em Pequim e Londres
Pequim 2008
2 medalhas masculinas: ouro nos 50 m livre (Cesar Cielo) e bronze nos 100 m livre (Cesar Cielo)
5 finais masculinas: 50 m livre (Cesar Cielo), 100 m livre (Cesar Cielo), 200 m borboleta (Kaio Márcio), 200 m medley (Thiago Pereira) e 400 m medley (Thiago Pereira)
1 final feminina: 100 m borboleta (Gabriella Silva)
Londres 2012
2 medalhas masculinas: prata nos 400 m medley (Thiago Pereira) e bronze nos 50 m livre (Cesar Cielo)
5 finais masculinas: 50 m livre (Cesar Cielo e Bruno Fratus), 100 m livre (Cesar Cielo), 200 m medley (Thiago Pereira) e 400 m medley (Thiago Pereira)
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