Julgamento do mensalão começa com discussão entre ministros, questão de ordem e atraso no cronograma

José Cruz / ABr,divulgação
Lewandowski foi um dos personagens do primeiro dia de julgamento
Foto:  José Cruz  /  ABr,divulgação


(do Santa) Cercado pela expectiva do todo o país, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta quinta-feira ao julgamento da ação penal 470, mais conhecida como processo do mensalão. Neste primeiro dia foram pouco mais de cinco horas de sessão, a maior parte do tempo tomada pela discussão sobre a questão de ordem interposta pelo advogado de um dos réus e ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. O presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto, encerrou a sessão por volta das 19h30min. O julgamento será retomado nesta sexta-feira, a partir das 14h, com a sustentação oral do Procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele pode falar por até cinco horas. Nesta quinta, por mais de três horas, os ministros avaliaram e indeferiram o pedido de desmembramento do processo pedido por Thomaz Bastos. Houve discussão entre o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, que rejeitou o desmembramento, e o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, que defendeu o pedido do advogado. Lewandowski levou pronto seu voto e leu-o por quase uma hora e meia. Mesmo com todos os argumentos apontados por ele, apenas Marco Aurélio Mello seguiu seu ponto de vista. Todos os demais ministros votaram de acordo com Barbosa. O pedido de Thomaz Bastos, assim, foi rejeitado por nove votos a dois. Durante a votação da questão de ordem, o ministro Dias Toffoli deu a entender que não irá se declarar impedido de votar. — Essa questão, inclusive, eu trato na preliminar do voto que preparei para esse caso — afirmou Toffoli, dando a entender que pretende continuar julgando. O ministro do Supremo, ex-assessor jurídico de um dos réus, José Dirceu, vinha sendo pressionado para deixar o caso. No final da sessão, Joaquim Barbosa leu o resumo de seu relatório.
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