Doação de bebês também foi alvo de investigação em Blumenau

Em1986, quatro advogados, suspeitos de chefiar uma quadrilha de tráfico de bebês, foram presos em Itajaí

(do Santa)Em 16 de junho de 1986, quatro advogados, suspeitos de chefiar uma quadrilha de tráfico de bebês, foram presos em Itajaí. Há pelo menos um ano, porém, a polícia e a Justiça de Blumenau tinham recebido notícias de casos semelhantes na região. A ligação com a máfia do Litoral nunca foi confirmada. A freira Magdalena Tondim, conhecida como irmã Emélia, era a responsável pela maternidade do Santa Isabel na época. Ela foi citada em pelo menos dois inquéritos da Polícia Civil, suspeita de atuar em doações irregulares de crianças. No primeiro caso, a criança pertencia a Lorena Elias, uma adolescente de 17 anos, semianalfabeta, mãe-solteira, que deu à luz no dia 31 de maio de 1986. A menina pobre não tinha condições de manter a criança e foi acolhida por Alberto e Isaura Vogelbacher, na casa do casal na Rua Hermann Kratz, Velha Grande. A freira era acusada por Isaura de ter mostrado no dia do parto a criança errada _ uma menina prematura e com problemas de saúde _ para induzir a entrega à adoção. Quando Lorena descobriu se tratar de um menino saudável, no dia de assinar os papeis da adoção no Fórum, decidiu reaver a guarda da criança, mas não conseguiu. Nesta semana, o Santa tentou localizar Lorena, mas não a encontrou. A mãe adotiva dela, Isaura, faleceu há 12 anos. Segundo Oswaldo Zimath Junior, advogado da família na época, Lorena a procurou poucas vezes e não foi mais vista. O processo foi arquivado. Em outro caso investigado na época, uma certidão falsa de parto teria sido emitida pela maternidade do Santa Isabel para permitir que um casal de suíços adotasse uma menina nascida no hospital. O documento forjado e assinado por um obstetra, supostamente a mando da irmã Emélia, dizia que a suíça esteve internada no dia 25 de março de 1986 e que deu à luz à menina. Funcionários do cartório desconfiaram e requisitaram uma declaração da direção do hospital, que negou que a suíça tenha sido internada naquele dia. Assim, a doação acabou impedida. A irmã Emélia já faleceu, mas na época se defendeu argumentando que no primeiro caso a mãe não teria condições de criar a filha. Na segunda ocasião, a mãe seria uma prostituta que fugiu do hospital, afirmou a freira. Passados 26 anos, o delegado do 1º Distrito na época e responsável pelo inquérito dos bebês, Osmar Dagnoni, hoje aposentado, lembra vagamente das histórias. _ Na época os casos não tinham tanta repercussão _ admite. Na época, o Santa teve acesso no Fórum de Blumenau a uma lista com registros de adoções feitas por estrangeiros. De 17 de janeiro de 1984 a 16 de maio de 1986, pelo menos 20 crianças saíram da cidade e seguiram para o exterior. Segundo o ex-delegado Dagnoni, apesar de ocorrerem na mesma época, os casos de Blumenau não tinham ligação aparente com a quadrilha que atuava no Litoral.
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3 comentários

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  3. Meus pais adotivos me pegaram em Blumenau , em maio de 1986 , durante anos meu pai mandou dinheiro pra irmã Emelia, minha adição foi a brasileira, chegando na cidade deles minha mãe declarou q me teve em casa e pronto sem papéis