Coreia do Sul enfrenta Brasil com pressão de escapar de serviço militar

Coreia do Sul, do técnico Myung Bo Hong, entre em campo pressionada contra o Brasil. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Coreia do Sul, do técnico Myung Bo Hong, entre em campo pressionada contra o BrasilFoto: Ricardo Matsukawa/Terra
(do Terra) O valor de uma medalha olímpica para os jogadores sul-coreanos é diferente. Mais do que reconhecimento, dinheiro ou fama, a conquista garante aos homens do país a liberação do serviço militar obrigatório. Por isso, a partida contra o Brasil, na semifinal dos Jogos Olímpicos de Londres, ao mesmo tempo em que leva motivação, carrega pressão extra para uma seleção que já falhou na tentativa de se livrar desta necessidade. De acordo com a lei do país, existem duas possibilidades para esportistas ganharem a liberação: a conquista de qualquer medalha em Jogos Olímpicos ou o ouro nos Jogos Asiáticos. Na competição continental, o atual time fracassou na semifinal contra os Emirados Árabes Unidos em 2010 com um grupo muito parecido com o que está em Manchester para o confronto diante do Brasil. "Eles já passaram por essa experiência e sabem muito bem o que fazer com essa pressão", afirmou o técnico Myung Bo Hong, minimizando a possibilidade de seus jogadores serem atrapalhados pela chance que pode se única em as vidas. Por conta da tensão permanente que vive com a vizinha Coreia do Norte, o país obriga os homens a prestarem serviços militar por dois anos. Cada cidadão pode escolher o período para cumprirem a obrigação quando está na faixa etária dos 19 a 30 anos. Do time olímpico, nenhum jogador já prestou o serviço. Segundo jornalistas que acompanham a seleção sul-coreana e já passaram pela experiência, a liberação é considerada um prêmio de valor inestimável. Durante o período à disposição do Exército, os sul-coreanos patrulham a fronteira com o país vizinho e fazem funções nas quais passam frio, comem e dormem mal e ainda correm o risco de enfrentamentos. Ainda ganham um ajuda de custo pequena (cerca de 100 dólares) e têm a carreira profissional interrompida por dois anos. No país existe uma discussão de até que ponto a ansiedade de ter a possibilidade de um benefício raro atrapalha mais do que ajuda o desempenho do atleta. Se perderem para o Brasil, os sul-coreanos ainda jogarão pela liberação na disputa pelo bronze, contra o perdedor de México e Japão.
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