Adeus de Adrianinha tem choro, presente e piada de companheiras
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Adrianinha se aposentou com vitória na última rodada do basquete em LondresFoto: AP |
(do Terra) A vitória do Brasil sobre a Grã-Bretanha pela última rodada da primeira fase do basquete feminino, neste domingo, por 78 a 66, não valia mais nada para o torneio: os dois times já estavam eliminados com quatro derrotas. Mas valeu muito para a armadora Adrianinha, que se despediu da Seleção aos 33 anos com uma excelente atuação, jogando os 40 minutos da partida. E depois do apito final ela também foi a estrela, com uma pequena homenagem das jogadoras e até um pequeno buquê de flores dado pelas companheiras.
"Foi uma lembrancinha, vou guardar com muito carinho, não esperava. Só tenho a agradecer, fiquei feliz que terminou com uma vitória. Vou sentir falta desse monte de gente maluca", brincou uma emocionada Adrianinha após a partida que encerrou a passagem do time por Londres.
Quem não conseguiu segurar as lágrimas foi a pivô Érika. Ao falar sobre a despedida da armadora, a carioca ficou emocionada e deixou o choro escorrer pelo rosto. "A Dri é a alegria do time, ela sempre está aí para incentivar, eu fico até emocionada", disse. "A gente vai sentir muita falta dela, mas acho que esse tempo todo em que ela esteve na Seleção ela sempre soube honrar a camisa do Brasil".
Enquanto Érika dava seu depoimento emocionado, Karla e a própria Adrianinha se juntaram a ela. "Boa sorte para vocês que ficam", brincou a estrela da noite, remanescente da equipe brasileira que levou a medalha de bronze na Olimpíada de Sydney, em 2000. Mas logo Karla tratou de acabar com o tom melancólico do momento.
"Ela é velha, ela é velha pra caramba. Tadinha da velha, está acabada, vai fazer o quê? O meu espírito é jovem ainda, está sobrando", riu a ala-armadora, que na verdade é quase três meses mais velha que Adrianinha. "Mas ela estava superemotiva e merece. O que ela fez pelo Brasil não tem preço, tem que se orgulhar de ter essa menina com a gente", continuou, mais séria.
Responsável por deixar Adrianinha em quadra durante toda a partida, o técnico Luiz Cláudio Tarallo teve sua recompensa nos números. A armadora foi o destaque do jogo com um double-double de 15 pontos e 12 assistências, além de comandar todas as manobras ofensivas da Seleção. Para o treinador, o fato de não ter substituído a atleta também serviu como homenagem.
"Foram 16 anos servindo a Seleção, se dedicando e se doando. Hoje (domingo) realmente mereceu terminar com chave de ouro, com uma vitória, jogando bem. Até brinquei com ela, já que estava jogando bem e era o último jogo, acabou jogando 40 minutos, para se despedir mesmo", declarou Tarallo. "Foi uma homenagem bacana, ela merece realmente, porque os técnicos, dirigentes, profissionais e principalmente as atletas são verdadeiros heróis no Brasil. Vão contra uma maré muito grande."
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