(do Terra) A presidente Dilma Rousseff
responsabilizou nesta terça-feira a
crise nos países desenvolvidos pela
desaceleração econômica nos países
emergentes e cobrou dos líderes
europeus uma solução para o
problema que não prejudique as
economias em desenvolvimento.As
declarações de Dilma foram feitas
após uma visita, ao lado da
chanceler (premiê) alemã, Angela
Merkel, à feira de tecnologia CeBIT,
em Hannover, que neste ano tem o
Brasil como país-parceiro. Com
Merkel ao seu lado, Dilma afirmou
que "não só os países desenvolvidos
estão sofrendo pressões nas suas
taxas de crescimento, mas também
os países emergentes". O Brasil
fechou 2011 com um crescimento de
2,7% do Produto Interno Bruto
(PIB)."Na verdade, o que tem
acontecido é que os países
emergentes têm visto suas taxas de
crescimento diminuir", afirmou a
presidente. "Nós acertamos que
cada governo, entendendo os
problemas das suas respectivas
regiões, vai buscar as melhores
formas de cooperação no sentido
de ultrapassar este período, que é
um período adverso para a
economia internacional", disse.Dilma
afirmou que "o governo brasileiro
terá uma posição proativa no
sentido de ampliar cada vez mais a
taxa de crescimento no Brasil de
forma sustentável, respeitando o
equilíbrio macroeconômico com
finanças públicas e uma estrutura
fiscal sólidas".Voltando-se a Merkel,
a presidente disse ainda que
gostaria de contar com
investimentos de empresas alemãs
no Brasil para ajudar nesse esforço
de crescimento, principalmente nas
áreas de infraestrutura e na
organização dos grandes eventos
como a Copa do Mundo e a
Olimpíada.Pressão cambial
A premiê alemã é a principal
defensora, dentro da União
Europeia, das medidas de cortes de
gastos e austeridade fiscal como
mecanismos para a retomada da
confiança dos mercados sobre a
saúde das economias europeias e a
saída da atual crise.O governo
brasileiro, porém, já expressou
preocupação com o efeito recessivo
dessas políticas e defende
investimentos para fomentar o
crescimento. Nos últimos dias, Dilma
Rousseff vem também criticando a
decisão do Banco Central Europeu
(BCE) de elevar em 530 bilhões de
euros os empréstimos a juros
baixos disponibilizados aos bancos
da região, alegando que isso
provocará a desvalorização do euro
e levará ao aumento do fluxo de
divisas para países emergentes o
que fortalece o real frente ao dólar
encarecendo as exportações
brasileiras.Questionada nesta terça-
feira sobre as críticas feitas na
véspera por Merkel ao
protecionismo brasileiro,
exemplificado no aumento do
Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) dos carros
importados determinado no ano
passado, Dilma afirmou que o Brasil
poderá adotar novas medidas caso
se mantenha a pressão pela
valorização da moeda
brasileira."Diante da desvalorização
artificial das moedas dos outros
países, o Brasil tomará todas as
medidas que não firam as
disposições da OMC (Organização
Mundial do Comércio) para evitar
que essa desvalorização artificial das
moedas desindustrialize a economia
brasileira", afirmou.
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