(do Terra) O crítico de cinema Franthiesco Ballerini veio aos
estúdios do S8 nesta segunda-feira
(27) para falar sobre a cerimônia do Oscar, que
aconteceu na noite de domingo (26). Ele
comentou a frustração brasileira por não ter
levado a estatueta de Melhor Canção Original
com Real in Rio, de Carlinhos Brown e Sérgio
Mendes, já que Man Or Muppet acabou
vencendo.
"A trilha de Os Muppets não era tão grande, mas
tem uma nostalgia com os votantes, porque faz
parte da cultura norte-americana. É uma paixão
nacional. É quase um Oscar honorário e acabou
ganhando de Rio, que é superior pela melodia,
letra, por tudo. Mas a maior injustição foi não
estar entre as cinco melhores animações. Talvez
nem venceria, mas uma indicação seria o mínimo
para um filme recorde de bilheteria em muitos
países", opinou.
Ballerini disse que a maior surpresa da noite foi o
Oscar de Melhor Ator ter ido para Jean Dujardin,
de O Artista, e não para George Clooney, por Os
Descendentes. "É difícil avaliar bem uma atuação
de um artista quando não há diálogo e depois de
quase 90 anos dos últimos filmes mudos. Pelo
menos nos últimos 75 anos, o critério de avaliar a
boa atuacao é o dialógo. É surpreendente. A
Academia ousou. E ousou também porque a
audiêcia do Oscar vem caindo. Em função do
horário, ela não consegue se inovar. É uma
maneira deter luz, de chamar a atenção: 'nossa,
um filme mudo está ganhando o Oscar'".
Sobre o Oscar de Meryl Streep, melhor atriz por A
Dama de Ferro, ponderou. "Foi o momento mais
emocionante em uma premiação que ainda é
longa e enfadonha. Ela é tão verdadeira e
querida pelo público. É carismatica, além de ser
boa atriz. É uma boa interpretacão e é gracas a
ela que o filme se tornou bacana. Mas também
fosse o momento de dar um Oscar a Gleen Close,
que teve uma atuação brilhante em Albert Nobbs,
e nunca ganhou", disse.
Além de elogiar o O Artista, Franthiesco Ballerini
também aproveitou para falar sobre A Invenção
de Hugo Cabret, que assim como o longa de
produção francesa, levou cinco estuetas, porém
apenas em categorias técnicas. "Scorsese não
usou apenas a tecnologia 3D, ele também tinha
uma boa história por trás. Não é o melhor filme
dele e não surpreende, mas tecnicamente ele
caprichou. Para melhor filme, melhor roteiro,
diretor, eu acho que não era a vez dele mesmo.
Você via no rosto dele que ele sabia que não ia
ganhar tudo", completou.
"Em geral, a gente já esperava que O Artista e A
Invenção de Hugo Cabret levassem algumas
estatuetas. Hollywood está em crise e os estúdios
dão uma recuada, dando mais notoriedade para
filmes do mundo inteiro. A Academia fica mais
propensa a premiar filmes de outros países. Isso
torna a premiação mais democrática. Foram
pouquíssimos ganhadores e esses dois filmes
levaram tudo. Quase tudo foi previsível",
completou.
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