Passageiros do cruzeiro dados como desaparecidos são localizados em Roma
(da EFE) Dois japoneses que estavam a bordo do cruzeiro Costa Concordia que encalhou em águas da ilha italiana de Giglio foram localizados em Roma, e se somam aos três sobreviventes localizados no navio nas últimas horas.
Neste domingo (15), o prefeito de Grosseto, Giuseppe Linardi, informou que os dois passageiros estavam na lista de 40 desaparecidos, mas se apresentaram nesta manhã em Roma. Os japoneses relataram que depois de chegarem até o porto de Santo Stefano foram de ônibus com mais outros dois amigos, também do Japão, para Roma.
Ao contrário desses dois últimos, eles não se identificaram às autoridades logo após a chegada, gerando a confusão que levou a inclusão de seus nomes na lista de desaparecidos.
Linardi admitiu que o processo de identificação dos passageiros está sendo complicado, porque em sua grande maioria os turistas são estrangeiros e podem ocorrer erros na transcrição dos sobrenomes, principalmente na grafia.
Neste domingo foram localizadas no interior do navio três pessoas, um casal de recém-casados coreanos e o comissário-chefe da embarcação.
Os coreanos --Hye Jim Jeong e Kideok Han, ambos de 29 anos-- foram encontrados no interior da cabine que ocupavam, no oitavo andar. O casal, em viagem de lua de mel, tinha embarcado no porto de Civitavecchia, a 70 km ao norte de Roma, poucas horas antes do naufrágio. Levados para um hospital da localidade de Orbetello, já foram liberados e estão a caminho de Roma.
O comissário-chefe do Costa Concordia, Marrico Giampetroni, foi achado em uma área alagada e os bombeiros agiram com muita cautela para resgatá-lo porque a ala está em ruínas.
Até agora, os mortos no acidente com o maior navio da companhia italiana Costa Cruzeiros se mantém em três, um peruano membro da tripulação e dois turistas franceses. Os feridos somam cerca de 50 e os desaparecidos 36 pelas últimas estimativas dos bombeiros.
Passageiros
No total, 3.200 passageiros estavam no navio. Segundo a empresa responsável pelo cruzeiro, havia passageiros de inúmeras nacionalidades, incluindo italianos (989), alemães (569), franceses (462), espanhóis (177), americanos (129), croatas (127), russos (108), colombianos (10), chilenos (10), peruanos (8), venezuelanos (5), cubanos (2), equatorianos (2), mexicanos (2) e um uruguaio.
O consulado do Brasil em Roma informou que 53 brasileiros estavam no navio de cruzeiro que naufragou na costa italiana na noite de sexta-feira (13). Segundo o consulado, a empresa Costa Cruzeiros, dona da embarcação, disse que 47 dos brasileiros eram passageiros e os outros seis, tripulantes. Não há informações de brasileiros entre os mortos, feridos e desaparecidos.
Comandante
O comandante do Costa Concordia foi detido e interrogado pelo procurador chefe da localidade, Francesco Verusio. Francesco Schettino, de 52 nos e natural de Nápoles, foi ouvido por várias horas por Verusio. A promotoria o acusa de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e abandono do navio enquanto muitos passageiros ainda se encontravam na embarcação.
De acordo com a imprensa italiana, o comandante deixou o cruzeiro por volta das 23h30 (hora local), quando parte dos tripulantes e dos passageiros ainda aguardavam para serem levados. As últimas pessoas só deixaram o navio por volta das 2h30 e 3h deste sábado.
Outro tripulante do Costa Concordia, o primeiro oficial da ponte de comande, Ciro Ambrosi, também está sendo investigado, de acordo com a imprensa local.
A caixa-preta da embarcação, na qual se encontram as gravações das conversas entre o navio e o porto de Livorno, o mais importante da região, já foi recuperada, informou o procurador chefe. Verusio disse que o impacto com as rochas aconteceu às 21h45 e que as capitanias dos portos próximos não foram avisadas imediatamente.
De acordo com a primeira reconstituição feita por Verusio, o capitão se aproximou demais da ilha de Giglio, fez uma manobra errada e o lado esquerdo do casco do navio se chocou com as rochas. Em pouco tempo, muita água entrou na embarcação.
De acordo com a companhia proprietária do navio, a Costa Cruzeiros, o comandante Schettino assegurou neste sábado que as pedras não apareciam no mapa que estava no Costa Concordia.
Rota
O navio Costa Concordia realizava um cruzeiro de uma semana pelo Mediterrâneo quando se chocou aparentemente contra uma rocha perto da ilha de Giglio, no sul de Toscana, levando a bordo 4.231 pessoas, entre elas inúmeros estrangeiros. Os passageiros foram levados para terra firme. Muitos dos passageiros estavam jantando quando o navio encalhou e, tomados pelo pânico, alguns se jogaram na água gelada.
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