Governo de SP libera o dobro de emendas para presidente da Assembleia

(do UOL) O presidente da Assembleia
Legislativa de São Paulo, Barros
Munhoz (PSDB) , conseguiu a
liberação de pelo menos R$ 5,6
milhões em emendas no ano
passado, valor que representa mais
do que o dobro do teto estipulado
para os parlamentares.
Cada deputado estadual tem direito a
indicar R$ 2 milhões por ano em
emendas. No total, o governo paulista
pagou R$ 283 milhões em indicações
de 2010 -R$ 23,6 milhões do ano
passado só saíram do caixa neste
ano.
No caso de Barros Munhoz, 34 das 47
emendas liberadas em seu nome
saíram da Secretaria de
Desenvolvimento Social. As outras 13
são da Secretaria de Saúde.
Os dados foram divulgados na noite
de ontem pelo governo de São Paulo.
Procurado por meio de sua
assessoria, Munhoz não foi
localizado. Anteontem, questionado
sobre o assunto na Assembleia, o
tucano não quis comentar.
A divulgação dos autores das
indicações foi feita após uma crise
instalada no Legislativo paulista
devido às afirmações do deputado
Roque Barbiere (PTB), que acusou
seus colegas de "venderem" suas
emendas.
O Conselho de Ética da Assembleia
decidiu encerrar as investigações
sobre o suposto esquema. O caso é
investigado em inquérito aberto pelo
Ministério Público.
O PT tentou, sem sucesso, coletar
assinaturas para a abertura de uma
CPI.
À época, Munhoz chegou a
desdenhar da instalação da comissão.
"CPI , no Brasil, só vocês da imprensa
acreditam, mais ninguém", disse. "É
conversa mole, coisa para enganar."
SERVIDORES
A Justiça de São Paulo deu prazo de
30 dias para que a Assembleia torne
pública a lista de seus funcionários.
Hoje essa relação é desconhecida da
população.
A decisão, tomada no último dia 27, é
da juíza Sílvia Maria de Andrade, da
12ª Vara de Fazenda Pública de São
Paulo. Se descumprir o prazo, a
Assembleia pagará multa de R$ 1.000
por dia.
A ação que pedia a liberação existe
desde 2000, mas, nos últimos onze
anos, o Legislativo paulista vinha
recorrendo. Em maio, o Supremo
Tribunal Federal derrubou o último
recurso.
A autora da ação é a Ad Hoc
(Associação da Defesa da Harmonia
da Ordem Constitucional), de São José
dos Campos.

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