Poder de compra do dólar no País cai 72,8% em 8,5 anos

(do Estadão) O poder de compra do dólar no Brasil teve a maior queda nos últimos oito anos e meio entre sete países da América Latina (veja a tabela abaixo). Um dos reflexos do resultado, por exemplo, está no fato de que em 31 de dezembro de 2002, no Brasil, era possível comprar uma cesta básica com US$ 100,00 e, na última terça-feira, dia 5, os mesmos US$ 100,00 permitiriam comprar somente um quarto da cesta.

O levantamento aponta que o poder aquisitivo do dólar, ajustado pela inflação medida pelo IPCA até maio de 2011, caiu 72,8% desde 31/12/2002. Os dados são de um estudo da Economatica, que utilizou o índice de inflação de cada país equivalente ao IPCA do Brasil.

Por este critério, o segundo país com a maior desvalorização do dólar ajustada pela inflação foi a Colômbia, com -58,09%. Em terceiro lugar vem o Chile (-51,35%), seguido da Venezuela (-46,20%), Argentina (-43,30%) e Peru (-41,78%). O México é o país onde se verificou a menor queda do dólar, com -20,08%, no período estudado.

Comparando o desempenho do dólar no Brasil com as principais economias da América Latina, a moeda norte-americana também teve a maior desvalorização nominal (sem descontar a inflação) no País, de -55,74%. Do mesmo modo, a Colômbia apresentou a segunda maior desvalorização do dólar nominalmente, de -38,47%.

México, Argentina e Venezuela registraram valorização da moeda norte americana no mesmo período. No caso da Venezuela, a moeda americana se encontra congelada desde 2003, sendo que teve três ajustes até 05 de julho de 2011.

A forte valorização do real atualmente está relacionada, principalmente, às elevadas taxas de juros que atraem dólares de investidores estrangeiros para o país e derrubam a cotação da moeda norte-americana.

Para se ter uma ideia, no primeiro semestre de 2011, o fluxo cambial foi fortemente positivo, com superávit de US$ 39,833 bilhões. Segundo o Banco Central, o volume foi 11,8 vezes maior do que o saldo positivo do primeiro semestre de 2010, de US$ 3,363 bilhões.

Nesta quarta-feira, o dólar comercial subiu pelo segundo dia seguido e fechou cotado a R$ 1,569, elevação de 0,26% no dia. A taxa mínima registrada durante os negócios foi de R$ 1,563 e a taxa máxima, R$ 1,571. No mês o dólar acumula alta de 0,51% e no ano, queda de 5,71%.

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