Advogado vai pedir revogação de prisão de babá suspeita de agressão

(do G1) O advogado da babá presa na terça-feira (12) suspeita de agredir uma criança de 2 anos no Rio informou que vai entrar com um pedido de revogação de prisão na próxima terça-feira (19) ou quarta. Norbert Maximilian disse que as imagens divulgadas pela polícia não mostram agressão.
“A imagem não mostra nada em termos de tortura, nem de maus-tratos. É um critério subjetivo da pessoa; a imagem depende da interpretação de cada um”, disse Norbert Maximilian.
Ainda segundo o advogado, a babá fez menção de que beliscava, “mas não apertava. Ela não chegava a beliscar”. Sobre a imagem dela segurança as bochechas da menina, Maximilian disse que ela “estava claramente brincando”.
O advogado informou ainda que, segundo relato da babá, ela tem imagens no celular dela que mostram como era carinhosa e tratava a menina como sua filha.
“Ela disse que tinha um vídeo dela mostrando, ensinando a criança a rezar, ensinando o ‘Pai Nosso’”, afirmou ele.
Ele contou também que já falou com uma das três ex-patroas da babá.
“Ela (a patroa) está preocupada porque a babá nunca machucou nenhuma criança”, afirmou. Ele disse que visitou a babá em um presídio em Bangu, na Zona Oeste, e que ela está muito abatida.
“Ela não está entendendo o que está acontecendo. Ela disse que a menina gostava muito dela e que só almoçava com ela. Quando ela tirava a folga, de 15 em 15 dias, o pai ligava para ela para ver se ela comia”.
'Uma imagem não identifica o tipo de crime', diz ex-juiz sobre babá
“Uma imagem que mostre um resultado não pode identificar que tipo de crime foi cometido”, disse, na sexta-feira (15), o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Guaraci Vianna, que foi juiz de menores por 14 anos. Ele falou em relação às imagens que foram gravadas dentro da casa da menina e divulgadas pela polícia.
O desembargador considerou impactantes as imagens, mas disse que apenas elas não podem configurar um crime de tortura.
“Mas é difícil fazer avaliações sem ler depoimentos. Os depoimentos têm que ser inseridos junto com as imagens”, explicou.
Para ele, o mais importante é evitar uma avaliação superficial que, “muitas vezes vai fazer com que a investigação chegue a uma conclusão que poderá ser rejeitada pela Justiça porque tudo foi feito apenas baseado em imagens”. Segundo o desembargador, isso só aumentaria a impunidade.
Psicólogos entregam laudo
O delegado Fábio Corsino, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), que investiga o caso da babá, recebeu na noite de sexta-feira (15) o laudo preliminar dos psicólogos sobre o estado emocional da criança. O laudo conclusivo ainda depende de os psicólogos ouvirem a babá, segundo explicou o delegado.
Ele tem 30 dias para concluir o inquérito e, além de examinar mais imagens gravadas na casa da menina, vai chamar para prestar depoimentos três ex-patroas da babá.
Corsino explicou que as imagens apenas reforçam depoimentos como o dos pais da garota e de uma empregada que se demitiu com poucos dias de casa e que avisou aos pais sobre as agressões da babá.
"Não fui precipitado. O juiz decretou a prisão da babá com base no inquérito policial que teve o referendo do Ministério Público", disse Corsino.
Ele conta que nas imagens das câmaras há cenas da babá arrastando o sofá para fazer uma barreira e não ser filmada e aí poder bater na criança. Segundo o delegado, a mãe da criança chegou a ver essa cena, o que a levou a demitir a babá.
A empregada que denunciou a babá aos pais da menina e pediu demissão voltou a trabalhar na casa e prestou depoimento ao delegado Corsino na noite de quinta-feira (14). Ela disse ao delegado que achou a menina mudada. A doméstica confirmou ainda ter assistido as agressões e disse que elas eram diárias.
Na sexta, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) anunciou que foi negado o habeas corpus pedido para a babá.
Em depoimento ao delegado Fábio Corsino, a babá confessou que puxava o cabelo da menina e dava beliscões nela, mas que só fazia isso como forma de educá-la.
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