Primeira reunião de gabinete no Egito discutiu economia

O novo gabinete de governo do Egito --reformulado em 31 de janeiro, depois da saída de diversos ministros-- se reuniu pela primeira vez nesta segunda-feira após duas semanas de protestos populares contra o presidente Hosni Mubarak.
Na reunião, os ministros discutiram medidas para estabilizar a economia do país, que sofre o impacto da crise política.
Segundo os meios de comunicação estatais, o governo anunciou um aumento de 15% nos salários e pensões dos servidores públicos a partir de abril.
No entanto, a libra egípcia, que já havia se desvalorizado 17% desde o início dos protestos, caiu mais 1,5% na abertura dos negócios nesta segunda-feira, atingindo a cotação mais baixa em relação ao dólar em seis anos.
A Bolsa de Valores do Cairo, que reabriria nesta segunda-feira, deverá voltar às atividades somente no próximo domingo.
COMÉRCIO FECHADO
Grande parte do comércio na capital egípcia também está fechada, provocando problemas de desabastecimento e corrida dos egípcios por suprimentos.
Alguns bancos reabriram suas portas no domingo, após vários dias de fechamento, mas as escolas permanecem fechadas.
Num novo teste para a economia local, o governo planeja o leilão de US$ 2,5 bilhões em títulos públicos de curto prazo, após o cancelamento de leilões na semana passada.
Há estimativas de que a economia egípcia está perdendo pelo menos US$ 310 milhões por dia devido à crise.
O diálogo iniciado entre o governo egípcio e a oposição, no domingo, não conseguiu conter as manifestações contra o presidente.
Milhares de pessoas passaram a madrugada desta segunda-feira acampados na praça Tahrir, no centro do Cairo, e prometem manter os protestos até que Mubarak deixe o cargo.
O governo ofereceu uma série de concessões durante as negociações no último domingo, mas a oposição diz que elas não foram suficientes.
Apesar das duas semanas de protestos nas ruas do Cairo e de outras grandes cidades do país, o presidente Hosni Mubarak - no poder desde 1981 -- afirmou que não renunciará, mas prometeu não concorrer à reeleição. Seu atual mandato vence em setembro.
Mubarak já responsabilizou o grupo opositor Irmandade Muçulmana, mantido por ele na ilegalidade, pela organização das manifestações e afirma que se ele deixar o cargo, o grupo vai se aproveitar do caos político que se instalará.Fonte: Folha

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