Uma vistoria preliminar feita pela Defesa Civil, após o incêndio nos galpões da Cidade do Samba ter sido controlado nesta segunda-feira, detectou a necessidade de demolição do segundo pavimento dos galpões das escolas de samba.
Segundo a assessoria do órgão, o andar superior foi comprometido e a demolição precisa ser iniciada o mais rápido possível.
Após a retirada dos escombros, a Defesa Civil fará uma nova vistoria para verificar se o térreo foi afetado.
Equipes do órgão permanecem no local para acompanhar o rescaldo dos bombeiros.
Presidentes das escolas de samba vão se reunir às 19h na Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) para decidir o que farão para ajudar as escolas de samba que tiveram seus barracões atingidos pelo incêndio na Cidade do Samba --União da Ilha, Grande Rio e Portela.
Segundo o diretor de Carnaval da Liesa, Elmo José dos Santos, as escolas vão dividir funções para ajudar as que foram prejudicadas pelo fogo.
"Cada um vai dizer o que pode fazer para ajudar", disse ele. A ideia, de acordo com Santos, é que as nove escolas que não foram atingidas emprestem pessoal, material e espaço em seus barracões para ajudar na recuperação.
Outra decisão que deverá sair da reunião é a de que nenhuma escola seja rebaixada este ano. Dessa forma, o desfile de 2012 teria 14 escolas --as doze deste ano, mais a campeão e a vice-campeã do grupo de acesso.
Uma proposta ainda mais radical será analisada: a de que não haja nenhum tipo de julgamento das doze escolas. Assim, o desfile deste ano seria uma espécie de show, sem que as apresentações fossem comparadas.
| Felipe Dana/AP
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INCÊNDIO
O incêndio na Cidade do Samba teve início por volta das 7h e foi controlado cerca de três horas depois. Foram atingidos os barracões da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) e das escolas União da Ilha, Portela e Grande Rio.
A Grande Rio foi a agremiação mais atingida --parte do barracão da escola chegou a desabar. O administrador da Cidade do Samba, Aílton Guimarães Jorge Júnior, afirmou que só nessa escola os prejuízos devem chegar a R$ 5 milhões. "Só um carro alegórico não sai por menos de R$ 500 mil", disse.
No total, segundo Jorge Júnior, o prejuízo pode chegar a R$ 8 milhões as perdas das três escolas de samba que tiveram seus barracões atingidos pelo fogo na manhã de hoje. As escolas, porém, ainda não divulgaram suas estimativas.
SUSTO
O aderecista Saimon Garcia, 26, contou que saltou do quarto andar da Cidade do Samba para escapar das chamas que atingem o local desde cerca de 7h.
Garcia contou que tinha trabalhado até cerca de 3h30 da manhã no barracão da Grande Rio, para adiantar as fantasias para o desfile. Cansado, acabou dormindo no local.
"Acordei por volta das 7h e já estava tudo pegando fogo. Olhei para a televisão, vi as imagens da cidade do samba e ouvi o repórter dizer que a Grande Rio era uma das atingidas. Comecei a gritar, fiquei no maior desespero, mas não consegui descer pelas escadas. Então me joguei do quarto andar e caí, não sei como, num carro alegórico", contou ele, chorando muito.
Já o artista plástico Adson Amazonas, 33, da União da Ilha, contou que usou o celular para conseguir sair do barracão da escola. "A fumaça preta veio pra cima de mim. Achei que não ia me salvar, não enxergava mais nada. Pensei que fosse morrer. Usei o celular para enxergar a escada. A luz do aparelho iluminou a escada. Eu não sabia onde ela estava. Ao redor já estava tudo pegando fogo. De repente uma explosão. Eu só corria", conta o artista.
Fonte: Folha.com | | |
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